Don't make a move, dear,
just shut my lips with a glimpse from your eyes
one lip and it's enough
flicks of fire and thunder pouring from your skin
oh your skin
the whole creation burning to the touch to your hips
there's no today, no now, no tomorrow
now now
for beautiful right now may seem
this is the way eternity must be like
it may be well
the well i look to the deepest and have no fear of death

 leave the purity for angels
cause now now
all that matters are angles
angles aggrieving the universe
waging the lines of what frailty might be like
it may be well
and the angels don't care about it
they only tower for what's perfect
and eternal

A day will come

When i'm no longer made of breeze

When the melting heat of the sun

will no longer warm my frozen skin

A day will come

When the celestial fluid made of stars

Will avoid my pumping veins

Nothing will be left to me

Not even the heavy glow of the galaxies

These ones will set behind the morning sea

A day will come

When i'll be nothing more than metrics and rhyme

And untill heaven and Earth disappear

There i'll be, the holy dust from the prime

Love is some prophetical beast

And somehow i ended up trapped in paradise

All bathed up of dust and sunlight

I was ripped apart but i would even look fine from afar

At the mention of your name the oceans would ripple till time and space burst up

And yes, i was pretty sure it was paradise

Not a kind of joke, that only honey would laugh

At the mention of your name, the stars would fall to the ground

Just one dance in the dark and i was already down

And yes, i was pretty aware it was suicide

It was foolish

Brisa e mirtilo

Quando eu levantar, eu quero acordar com os pés no chão, com os dedos nas nuvens Quero voar com essas asas e me desfazer delas porque um dia precisamos delas, agora não precisaremos mais. Quero um vento tranquilo, uma briza permanente um amor pra toda vida, um beco sem saída Quero correr e me livrar destas ruas se um dia quisemos essas pernas agora não as queremos mais. Eu vou limitar e perder o limite porque se um dia quisemos essas linhas agora tanto faz E eu vou subir, e o corpo vai ficar e o teu corpo vai comigo, e o sal vai nos fixar e nós arfaremos, e arcaremos com a nossa língua e perderemos as palavras no mar e se um dia precisamos destes corpos, outro dia não os estranharemos mais.

Carta a um amor defunto.

      (obrigado por ter existido; duas vezes por ter partido)

O que mais falta dizer
As minhas palavras eu dei a você
E até o silêncio, que jurou ser perpétuo
Nos aprisionou, quando não mais por perto

O que mais falta querer
Se viver é contudo a partida
Porque do nosso amor não sobrou nada
Apenas a mais superficial ferida

Tendo-te não sei lidar,
Perdendo-te não é mais amar
Quando antes um amor maior que o mundo

E menina, se passares por mim ainda
Inda que somente com a tua vinda,
enterremos este amor bem fundo.

Fim

Eu quero um punhado de estrelas pra contar na mão eu quero uma gaita um arco e um violão pra sentar na estrada uma mão inteira a comer a vida pelas beiras Eu quero um amor que siga a batida uma flor que não faça ferida que abra de leve um buraco no peito e ache pacificamente o seu melhor jeito Quero uma viagem com capim seco deitar nas pedras da encosta sentindo o cheiro do sal fresco quero um coração que não caiba um botão que resulte em pernas que andem não em um corpo que se jogue assim em qualquer fim mergulhando no chão.

Súplica

Estrela cadente, que no sol jaz poente
Contemple o esplendor
Do coração que é só fervor
E que abrasa mansamente

Realize os pedidos, traga 'quela flor
De volta pros meus braços
Que agora, em cacos,
Seguram 'nosso amor

Estrela mínima do oriente
Não faça questão do teu labor
Mas examines o calor
Das reações a frio independentes

Faça, aqueça, remexa,  seja ou não seja.
Reaja, afirme, confirme suplique desdenhe ainda que não vá comprar

Que pelo bem ou pelo mal, decepção maior que "amor" só de fala não há.